O que faz um engenheiro de rigging?
Na atualidade, a procura por obras de maiores dimensões, em menor tempo de execução e com menos gastos é nítida. Isso faz com que muitas peças pré-montadas sejam encomendadas para acelerar o processo. Entretanto, outro problema surge: como mover peças tão pesadas e volumosas, muitas vezes com formatos geométricos irregulares, sem oferecer riscos ao local e às pessoas envolvidas? É nesse cenário que surge a importância de um engenheiro de rigging.
O que faz?
O engenheiro de rigging, também conhecido como engenheiro de içamento, é o profissional responsável pelo plano de rigging. Esse plano nada mais é do que um planejamento técnico com a descrição detalhada de todas as operações envolvidas na movimentação de cargas por meio de equipamentos de transporte vertical, como é o caso das gruas e dos guindastes. Este projeto tem o objetivo de garantir segurança a todos os envolvidos, à área local, aos equipamentos utilizados e à própria carga.
Este profissional deve ter conhecimentos sólidos em cálculos, desenhos técnicos, condições de solos, ações do vento, estudos de cargas e de equipamentos empregados em içamentos.
Onde esse profissional atua?
O rigging é uma atividade complexa, que não ocorre em qualquer obra residencial. Ao contrário, esse tipo de atividade se dá em operações industriais, navais e portuárias, que exigem equipamentos mais resistentes e conhecimento específico. Os projetos do tipo variam conforme o grau de complexidade. A duração pode ser de uma semana nos casos mais simples, mas os mais complexos podem demorar até um mês.
Em geral, os engenheiros de rigging trabalham em escritórios, mas não é rara a necessidade de realizar visitas às obras. Eles interagem constantemente com os engenheiros de segurança, com os proprietários das cargas, com os engenheiros especialistas em fundações e com os engenheiros especialistas em estruturas.
Que tipo de graduação deve possuir um engenheiro de rigging?
No Brasil, não há uma regulamentação específica para a profissão. Devido aos conhecimentos exigidos, no entanto, os cargos são comumente ocupados por indivíduos com graduação em engenharia civil. Esses profissionais estudaram disciplinas sobre resistência dos materiais, estruturas isostáticas e hiperestáticas, mecânica dos sólidos e estruturas metálicas.
Apesar desta importante base teórica, há peculiaridades dos projetos de rigging que podem não ter sido contempladas no currículo das universidades. Por isso, a realização de um curso rigger complementar se faz necessária. Cursos do tipo geralmente possuem cargas horárias entre 24 e 40 horas, com programas que variam conforme a complexidade dos casos.
Desafios do ramo
A falta de regulamentação acerca da profissão é o principal desafio enfrentado por quem trabalha ou deseja trabalhar na área. Além disso, por ser um campo bastante específico, são comuns as queixas acerca da falta de legislação clara sobre a execução dos planos de rigging. No Brasil, há algumas normas técnicas sobre o tema, mas elas são consideradas pouco específicas e incompletas.
Além disso, profissionais da área também afirmam que faltam manuais com especificações sobre cargas e equipamentos. Muitos deles estão desatualizados ou estão apenas disponíveis em outros idiomas. Em comparação aos Estados Unidos e à Europa, a normatização brasileira é considerada deficiente.